Fonte: Elaborado pela Thunders a partir da seção Dados Abertos do site da CCEE atualizado em agosto, com dados de junho de 2025
O Brasil conta, atualmente, com 13.781 agentes consumidores livres, especiais ou autoprodutores de energia devidamente registrados na CCEE. Esses agentes possuem 43.571 unidades consumidoras espalhadas por todo país, as quais totalizaram um consumo de 27.440 MW no último mês de junho e 27.39 MWm nos últimos 12 meses.
RANKING POR CONSUMO
Considerando o volume de energia consumida no último mês de referência, os 10 maiores consumidores do ACL demandaram 6.346,51 MW. Apesar de representarem apenas 12,08% do total de unidades consumidoras, os 5 primeiros da lista concentram 10,79% da carga total.
Entre os destaques do ranking, podemos ressaltar que:
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A ALBRAS segue isolada na liderança, com 829,14 MW médios e apenas 1 unidade consumidora (UC). Isso mostra uma extraordinária concentração de carga, sendo o consumidor individual mais intenso do ACL.
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A CVRD (Vale) mantém a vice-liderança com 672,98 MW, mas com 24 UCs — um perfil mais distribuído, que sugere atuação em múltiplos sites industriais.
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CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) e ALCOA também chamam atenção: estão no top 5 com apenas 4 e 3 UCs, respectivamente — consumos médios superiores a 490 MW, com altíssima densidade de uso energético por unidade.
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A Arcelor JF COM passou a ocupar a 5ª posição, ultrapassando a Braskem, com 457,09 MW frente aos 424,38 MW da concorrente. Um indicativo de aumento de carga ou expansão operacional.
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A Petrobras PIE segue como o agente com maior número de UCs da lista (42), mas aparece apenas na 8ª posição, com 355,42 MW médios — reforçando seu perfil de operação amplamente pulverizada.
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Confira os principais agentes:
Tabela 1: Ranking de consumidores por consumo
Rank Volume | Sigla | Volume (MW) | UCs |
---|---|---|---|
1 | ALBRAS | 829,139 | 1 |
2 | CVRD | 672,979 | 24 |
3 | CBA | 613,164 | 4 |
4 | ALCOA | 490,070 | 3 |
5 | ARCELOR JF COM | 457,091 | 6 |
6 | BRASKEM | 424,377 | 17 |
7 | KLABIN PUMA | 401,038 | 21 |
8 | PETROBRAS PIE | 355,415 | 42 |
9 | SOUTH32 | 311,079 | 2 |
10 | CSN SIDERURGIC | 266,731 | 5 |
Variação mensal: uma leve queda no consumo do top 10
Em comparação com os dados de maio/2025, o grupo dos 10 maiores consumidores apresentou uma queda de 104,78 MW médios no consumo total, passando de 6.346,51 MW para 6.241,73 MW em junho.
Essa variação negativa de -1,65% pode estar associada a ajustes operacionais, sazonalidade industrial ou otimizações energéticas.
RANKING POR QUANTIDADE DE UCs
Entretanto, a análise por número de unidades consumidoras (UCs) revela um cenário completamente distinto do ranking por volume de energia:
- As 20 empresas com mais UCs somam agora 7.769 unidades, o que representa 18,05% do total de unidades consumidoras do ACL (considerando o total geral de 43.028 UCs).
- Juntas, essas empresas demandaram 1.037,14 MW médios no mês de referência.
Entretanto, a análise por número de unidades consumidoras (UCs) revela um cenário completamente distinto do ranking por volume de energia:
Confira quem são esses principais agentes por quantidade de UCs:
Tabela 2: Ranking de consumidores por quantidade de UCs
Rank UCs | Sigla | UCS | Volume (MM) |
---|---|---|---|
1 | SENEPAR | 824 | 58,28 |
1 | B2W CE | 688 | 22,19 |
2 | EMBASA | 564 | 92,84 |
4 | ITAU CL5 | 486 | 22,98 |
5 | BRASIL TELECOM | 437 | 43,58 |
6 | CORSAN | 436 | 43,58 |
7 | VIAVAREJO | 436 | 10,32 |
8 | CUTRALE I | 413 | 39,71 |
9 | CBD | 407 | 55,39 |
10 | BRADESCO | 388 | 17,69 |
11 | ASSAI ATACADISTA | 312 | 122,39 |
12 | SUPER BH 001 | 309 | 26,16 |
13 | SANTANDER | 301 | 14,03 |
14 | RENNER MATRIZ | 292 | 19,05 |
15 | TELEFONICA | 268 | 65,64 |
16 | SABESP | 266 | 257,71 |
17 | BURGER KING | 240 | 7,86 |
18 | WMS SUPER | 235 | 54,64 |
19 | RIACHUELO | 230 | 15,59 |
20 | C&A MODAS | 230 | 15,86 |
Destaques estratégicos do novo ranking
Com 824 UCs e consumo de 58,28 MWm, a SENEPAR permanece na liderança de capilaridade. Seu consumo é mais que o dobro do da B2W CE, que ocupa a 2ª posição com 688 UCs e apenas 22,19 MWm.
A B2W CE continua sendo a empresa com mais unidades consumidoras entre as listadas, mas apresenta um dos menores volumes médios por UC: apenas 0,032 MWm por unidade, reforçando seu perfil pulverizado.
Aumento no número de UCs, mas sem crescimento proporcional no consumo
Um ponto de atenção é o aumento no número total de UCs entre as 20 maiores empresas — que passou de 7.646 para 7.769 — sem um crescimento proporcional no consumo total. Isso indica uma expansão puxada por cargas de menor porte, reforçando a pulverização do mercado.
Esse comportamento é típico de um mercado em expansão horizontal, em que:
- Mais agentes aderem ao ACL (principalmente de menor porte);
- A quantidade de unidades cresce (de 7.646 para 7.769 nas 20 maiores), mas o consumo total dessas mesmas empresas subiu muito pouco (de 1.037,14 MW para cerca de 1.037 MW), ou seja, a média por UC caiu levemente.
Isso nos mostra que possivelmente temos a entrada de novos players com menor densidade de carga por unidade e uma expansão impulsionada por empresas de varejo, serviços e redes de consumo fragmentado.
A ascensão da SABESP no ranking
No mês anterior, a SABESP era a 20ª colocada (última da lista). Agora está em 16º, mantendo o mesmo número de UCs (266), mas com uma posição superior. Isso nos dá duas interpretações possíveis:
- Outras empresas podem ter reduzido UCs ou reestruturado contratos, fazendo com que a SABESP subisse por estabilidade;
- A SABESP se mantém como a empresa com maior volume de consumo da lista (257,71 MWm), reforçando seu destaque — mesmo sem ser uma das mais capilarizadas.
Isso mostra que a posição do ranking por UCs não reflete necessariamente relevância energética e que a SABESP se firma como uma carga estratégica no ACL: poucas unidades, mas com alto consumo por ponto — perfil típico de operações críticas, como saneamento.
ANÁLISE POR FAIXAS DE VOLUME
A criação de faixas de volume de energia consumida nos proporciona uma leitura detalhada da composição do ACL. O comportamento das cargas revela um mercado que, embora esteja se pulverizando em número de agentes, ainda apresenta forte concentração no consumo.
Confira abaixo a análise por faixa de carga:
Tabela 3: Segmentação por faixas de volume de energia consumido
Faixa | De | Até | Agentes | Volume (MWm) | % Agentes | % Volume | %UCs |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 100 | 1.000 | 37 | 9.202 | 0,27% | 33,58% | 2,74% |
2 | 50 | 100 | 32 | 2.235 | 0,23% | 8,16% | 6,75% |
3 | 30 | 50 | 49 | 1.918 | 0,36% | 7,00% | 4,78% |
4 | 10 | 30 | 239 | 3.900 | 1,73% | 14,23% | 14,59% |
5 | 5 | 10 | 300 | 2.083 | 2,18% | 7,60% | 7,50% |
6 | 3 | 5 | 376 | 1.456 | 2,73% | 5,31% | 6,44% |
7 | 1 | 3 | 1.875 | 3.163 | 13,60% | 11,54% | 15,82% |
8 | 0,5 | 1 | 2.253 | 1.580 | 16,35% | 5,77% | 11,90% |
9 | 0,3 | 0,5 | 2.247 | 872 | 16,30% | 3,18% | 9,51% |
10 | 0,1 | 0,3 | 4.713 | 898 | 34,20% | 3,28% | 15,73% |
11 | 0 | 0,1 | 1.512 | 95 | 10,97% | 0,35% | 4,20% |
12 | 0 | 0 | 149 | 0 | 1,08% | 0,00% | 0,00% |
Principais destaques:
Faixa 1: Alta concentração em poucos agentes
- Apenas 37 agentes (0,27%) consomem acima de 100 MW médios no mês — mas são responsáveis por impressionantes 33,58% de toda a energia consumida no ACL.
- Esses consumidores concentram ainda 2,74% das UCs, o que mostra cargas extremamente intensas por unidade.
Faixas intermediárias: perfil industrial e de média capilaridade
- As faixas de 30 a 100 MWm (faixas 2 e 3) reúnem 81 agentes, que respondem por 15,16% do volume total de energia.
- O destaque está na faixa 4 (10 a 30 MWm), com 236 agentes (1,72%) que consomem 14,13% da energia e detêm 14,46% das UCs — um perfil típico de empresas industriais com capilaridade regional e cargas médias.
Faixas populares (0,5 a 3 MWm)
- As faixas 7 e 8, juntas, representam 2.659 agentes (19,32%), com 10,73% da carga e 18,18% das UCs.
- Destaque para a faixa 7 (1 a 1,5 MWm), que sozinha detém 6,13% das UCs.
Com esses dados, evidenciamos que o ACL mantém sua concentração nas cargas mais altas, mas com forte movimento de entrada de pequenos e médios consumidores — o que reforça a importância de modelos comerciais flexíveis, atendimento digital e soluções de varejo energético.
CONSUMO NO ACL*
O ambiente de comercialização livre (ACL) vem mantendo uma trajetória de crescimento gradual, com pequenas oscilações sazonais.
Em 2022 e 2023, o consumo permaneceu relativamente estável, com pequenas flutuações ao longo dos meses.
A partir de 2024, observa-se uma tendência de crescimento mais consistente, com vários meses superando a marca de 28.000 MW médios.
Em 2025, o avanço continua, com os primeiros meses do ano mantendo o consumo acima da marca dos 28.000 MW médios, consolidando uma nova base elevada para o mercado livre.
Embora os números se mantenham estáveis, o mês reforça a tendência de estabilidade em níveis altos — o que indica maturidade e expansão contínua do ACL.
Os dados consideram o somatório da carga dos agentes consumidores livres, especiais e autoprodutores.
Não estão incluídas as cargas associadas às Comercializadoras Varejistas.
*Considera o somatório da carga dos agentes consumidores livres, especiais e autoprodutores
Gráfico 1: Evolução no consumo de energia no ACL

Os dados reforçam a consolidação do Ambiente de Comercialização Livre como protagonista no consumo de energia do país. O avanço consistente ao longo de 2024 e 2025 reflete o amadurecimento do mercado, o crescimento da base de consumidores e o aumento da atratividade do ACL frente ao ambiente regulado — um cenário que deve se intensificar com a abertura total prevista para os próximos anos.
QUANTIDADE DE UNIDADES CONSUMIDORAS NO ACL
A migração de empresas para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) segue em ritmo acelerado. O gráfico mostra que esse movimento tem se intensificado de forma constante, com crescimento contínuo ao longo de 2023 e 2024, e aceleração ainda mais evidente em 2025.
O avanço é impulsionado principalmente pelo crescimento dos consumidores especiais (CE), que representam a maior parte das novas adesões. No entanto, também se observa uma participação estável e crescente dos consumidores livres (CL), consolidando um cenário de diversificação de perfis.
Gráfico 2: Evolução da quantidade de UCs no ACL

O crescimento sustentado na quantidade de UCs reforça a tendência de amadurecimento do mercado livre de energia no Brasil. A ampliação da base de consumidores, especialmente entre pequenos e médios negócios, demonstra que o ACL está cada vez mais acessível e atrativo — pavimentando o caminho para um mercado mais dinâmico, competitivo e descentralizado.
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